Marcado: Verde Bar
Central do Rock: rumo aos 14 mil acessos
Fenômeno no mundo virtual, quarteto já representou Bagé em evento mundial
Falta pouco para a banda bajeense Central do Rock comemorar a marca de 14 mil acessos registrados em sua página no site Palco Mp3, uma das principais vitrines para artistas independentes no Brasil. O número considerável serve como exemplo da força da internet em favor de músicos que sabem se autopromover, e surpreendeu até o vocalista Luís, que justifica: “é um meio barato e fácil. Disponibiliza música, passa o link pra galera, que vai lá e baixa”. Ele acrescenta que a CDR costuma figurar no site entre as cinco bandas mais executadas no estilo, muitas vezes na primeira posição. Falando em estilo, esclarece: “a gente não é emo, como às vezes o pessoal fala. É hardcore adolescente, músicas que falam de relacionamento de um garoto e ‘pa’.” Entre as influências, Blink 182, de quem incluem covers em alguns shows.
E a presença virtual da banda não se limita a um único canal: eles interagem com os fãs por diversos, como a comunidade oficial do Orkut. Nela criaram promoção para definir o nome do futuro CD, do qual já trabalham o primeiro single, “Aquilo Que Você Não Sabe”, com participação especial do rapper local Dinegri.
A trajetória da Central remete a 2005, quando despretensiosamente Luis e o batera Alex ensaiavam na garagem. Apenas em 2009 decidiram-se por uma atitude mais profissional, gravando duas faixas e lançando nas rádios. Foi o que alavancou o sucesso regional, que romperia fronteiras com a oferta de várias faixas pela internet.
Desde então, conquistaram algumas façanhas, duas delas em Porto Alegre: abriram o show da banda paulista Aditive, uma de suas influências e para quem outra delas, o NX Zero, também já abriu. Foi em 2009, no então Manara, hoje Verde Bar. Em 2010, representaram Bagé tocando no Fórum Social Mundial.
Paul Di´Anno em Porto Alegre 2009
REVIEW DO SHOW DE PAUL DI´ANNO EM PORTO ALEGRE EM 12.07.2009, COM ABERTURA DE SAVE OUR SOULS E SCELERATA
O expediente de Paul Di´Anno na noite de seu show na capital gaúcha estendeu-se após sua saída do palco, até que finalmente atendesse os derradeiros remanescentes do público, para registro de fotos e autógrafos. Visivelmente já no modo automático, o cantor admitia: “Não vejo mais nada – não dormi todo o dia”, como justificando o fato de assinar partes escuras/ilegíveis das capas de discos apresentadas. No mesmo ambiente que recebeu o maestro André Mattos em 2008, Paul evidencia um sobre-esforço para não decepcionar os pagantes, alguns advindos do interior gaúcho após horas de viagem. Sua presença mobilizou, além dos admiradores, um orquestrado staff (entre seguranças, intérpretes, etc.) proporcional ao caráter do espetáculo: internacional, ainda que o músico já tenha residido no Brasil. O qualificado material humano ocultou o roqueiro do assédio da platéia até a conclusão de seu set, e mais tarde preservou a distância entre os recepcionados e a perna de Di´Anno – segundo o próprio, lesionada.
Antes dos autógrafos, o vocalista entrevistou-se de modo privado membros do clube de motociclistas Hell´s Angels, confraria internacional que recebe seus brothers em qualquer lugar do globo e cuja presença o cantor celebrara ao microfone.
Paul “is a punk rocker”, como diria Joey. O que se denunciou já em sua entrada no palco, com a banda de João Gordo no peito, e seria ratificado no escasso bis, com “Blitzkrieg Bop”.
Virado desde a apresentação na noite anterior, em Frederico Westphalen, e com o joelho bichado, Di´Anno entra em cena mancando para um show com duração inferior a uma hora, abreviando o setlist das performances anteriores da tour.
Com uma postura quase imóvel, mas a voz a plenos pulmões, um Paul acrescido em obesidade e calvície desde a vinda anterior vestia ainda tôca e bandana das quais logo se livrou. Em alguns momentos, encenou mímicas descontentes com o retorno do áudio, além da careta ao emitir um “congratulations Grêmio”, “…I had a bad day in footbal…”. No mais, esforçou-se em interagir de modo ameno com a massa, interpondo diálogos entre a maioria das músicas.

Paul encarna Tim Maia e pede mais retorno
Sugeriu estar mais à vontade do que na véspera, na “cidade mais fria em que já esteve”; e dedicou canções a meio mundo: ex-mulher, prole brasileira, Clive Burr… Até identificar-se como Britney Spears, entre outros chistes claros com seus escudeiros de palco.
Nenhuma surpresa quanto à maior empolgação abaixo do nível do palco: as covers de Iron Maiden, devidamente intercaladas com suas pouco ou nada conhecidas composições pós-donzela.
DEJA-VU
Foram dois pocket shows antes do headliner.

Melissa Ironn clama pela salvação das almas
O quarteto Save Our Souls, mais para Nightwish do que para Di´Anno solo, fazia no Manara seu segundo show do dia. Empolgaram pelas covers como “Walk” do Pantera – com voz feminina – e pela presença de palco da cantora; e enxertaram composições como “Fly In The Wind”, carregadas de timbres góticos, até descambar para um inesperado blues.

Findos trinta minutos de fama, a promissora estréia é substituída no palco por um segundo quarteto: a própria banda eleita por Paul para apoiá-lo na corrente excursão brasileira. Praticando um peso melódico referenciado em Angra e Stratovarius, a Scelerata, no momento sem cantor, teve a lacuna preenchida pelo convidado Dan, do ainda mais rebuscado Magician. Com uma guitarra adicional em lugar do teclado da S.O.S. está formado o ambiente previsível para a noite, com gestos de chifrinhos e mosh.